quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mapastral

Precisávamos parar um pouco, e manter a sanidade. Só. Eramos nós que estávamos à beira de tudo, como cães no viaduto à noite, como pedras polidas no assoalho do rio límpido. A fotografia pendurada na parede sem cor sou eu. A parede sem cor também sou eu. De fragmentos fiz a tua muralha, o teu carrosel sem eixo, tuas covardes impetrações, tudo isso abotoado com um post-it gigantesco no qual escrevi de esferográfica: "Eu não te amo, e como isso dói". Doer é um verbo cujas conjugações todos conhecem. Então, querida, as fissuras do tempo-espaço irrompem à tua presença, ao teu paladar, gemendo e chorando neste baile de lágrimas, de fragmentos e fragmentos e mais fragmentos e mais fragmentos de fragmentos de fragmentos e chove sem haver nuvens no labirinto chamado democracia - peço erros estatísticos, peço uma pratada de macarrão, peço a porcaria da folha de papel na qual grafo sem parar as asneiras puras como flores antes que alguém as arranque do campo.

4 comentários:

  1. - peço um Souza, por favor. :)

    ResponderExcluir
  2. Mistério, para mim: O que passa na tua cabeça no exato momento em que escreveste isso :)

    ResponderExcluir
  3. a pegunta, cara Susan, não é "o que passa na minha cabeça de Luciano?". a prgunta é: "por que o pessoal do Nina Rodrigues ainda não veio pegar ele?"

    ResponderExcluir
  4. Ah, o pessoal do Nina Rodrigues não veio pegar ele, por que nem eles vão conseguir entender e cuidar do que se passa na cabeça de Lucci. (:

    ResponderExcluir