sábado, 17 de abril de 2010

Joguem para o alto o auto-falante

Vivemos em realidades alternativas, aniversários, cais cobertos de flores.
O que eu amo:
Quando a delicadeza do poema
subverte a voz do poeta,
que é inapelavelmente fugaz e suja.
Quem quisesse ouví-lo, estaria perdido, quem estivesse perto dele
Transformar-se-ia numa Palavra, em pura linguagem, ou em sorvete.
O poeta é o mágico que engole espadas, doma leões e morre fazendo palhaçadas,
Quando ninguém lê, ouve ou assiste ao espetáculo.
Quisera eu poder ensinar a todos como não falir,
Como não reprovar, como não ser um péssimo pai,
Como não ser assaltado em semáforos, como fazer goiabada;
Mas tudo que aprendi na vida foi a não estar aqui o tempo todo.

Um comentário:

  1. Pelo menos você já conseguiu chegar a uma conclusão sobre sua existência, nobre autor! haha :)

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