Um homem atravessa a avenida, se é que existe essa avenida, se é que existe esse homem, se é que existe o mundo no qual supostamente vivemos, se é que o universo não passa de um sonho, se é que eu, o autor, existo mesmo, eu que estou aqui (?), na frente do computador, escrevendo sobre coisas que existem ou não, elaborando conceitos vagos sobre tudo, se é que existem conceitos. Metafísica, idéias, paradigmas, química orgânica, partidos políticos, nada escapa ao loquaz escrutínio do autor, nada está imune à dança dos dedos sobre o teclado do pc, nada é tão sagrado, nada ocupa panteon algum que não esteja ao alcance de sua palavra. blá blá blá
(Como já devem ter percebido, o autor, em suas divagações, perdeu o rumo da estória. Não sabe mais o que dizer, pois o enredo inicial, com "o homem que atravessava a avenida", perdeu-se entre a barafunda de dúvidas filosóficas do primeiro parágrafo. O autor decide desistir do texto. Fuma mais um cigarro - ora, bolas, todo escritor fuma! - e parte para uma nova produção, na qual estabelecerá um paralelo entre as relações humanas contemporâneas e a luta de classes, ou no máximo, sobre as famosas rinhas de galo do bairro do João Paulo.) O homem, aquele mesmo da primeira linha, atravessa a avenida, despreocupademente, e o leitor não pode fazer mais nada, a não ser perceber que o texto acaba sem nem mesmo ter começado. Se é que existe um leitor aí do outro lado. Existe?
(Como já devem ter percebido, o autor, em suas divagações, perdeu o rumo da estória. Não sabe mais o que dizer, pois o enredo inicial, com "o homem que atravessava a avenida", perdeu-se entre a barafunda de dúvidas filosóficas do primeiro parágrafo. O autor decide desistir do texto. Fuma mais um cigarro - ora, bolas, todo escritor fuma! - e parte para uma nova produção, na qual estabelecerá um paralelo entre as relações humanas contemporâneas e a luta de classes, ou no máximo, sobre as famosas rinhas de galo do bairro do João Paulo.) O homem, aquele mesmo da primeira linha, atravessa a avenida, despreocupademente, e o leitor não pode fazer mais nada, a não ser perceber que o texto acaba sem nem mesmo ter começado. Se é que existe um leitor aí do outro lado. Existe?
Existe leitor sim. E muitos. O pessoal está tímido. Logo, todos se soltam..... (aakkkasska)
ResponderExcluircontinue, estamos aqui lendo.
Se existe um leitor aqui do outro lado?
ResponderExcluirAcho que sim.
Só avise ao homem para ele atravessar a avenida.
E avise também pra ele se preocupar somente em olhar para os dois lados, para se livrar de acidentes. E esquecer das outras abstrações. Isso às vezes dificulta a travessia, e pode impedir que ele chegue ao outro lado.
Palavras de alguém que já parou pra refletir sobre uma avenida e se deveria atravessar a rua ou não.
Meu caro, talvez exista um leitor, não necessariamente com o substantivo leitor, não necessariamente vivendo nesse mundo. Talvez ele esteja em uma realidade paralela, muita das vezes, lendo e silenciosamente refletindo sobre as avenidas que deve atravessar.
ResponderExcluirAbraços!
"todo escritor fuma"
ResponderExcluirhoje eu disse que, até o final do período, ricardo ainda ia fumar comigo.
mais um pra minha lista de pulmões pretos.
daqui pro fim do curso, domino o mundo.
HA HA!
>)